terça-feira, 5 de março de 2024



HISTÓRIA Nº. 110

 

  

“A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração”

- Coelho Neto

 

Cada vez mais reservado, cada vez mais distante. Imagina os olhares interrogativos de quem o observa e pretende interpretar os seus movimentos ou a ausência deles. Acredita, até, que alguma irreprimível criatividade alheia descubra razões e dê vida a motivos que a razão desconhece. O que não será de estranhar, pois sempre houve alguém candidato a saber de tudo e de todos a partir da sua própria imaginação!... Figura incontornável da vida em sociedade!...

 

A memória aconselha-o a todo o momento. As suas escolhas, silêncio e solidão, foram-lhe há muito recomendadas por quem bem conhece os caminhos da Paz e habita, dentro de si, “na cabana pequenina a um canto do coração”. O Alemão, pacífico por natureza, não se revê na agitação destes tempos, em que proliferam e se materializam impunemente sentimentos de enorme perversidade: alguns, velhos de muitos anos; outros, novos de poucos dias… E como castigam as gerações que coexistem espalhadas por este vale de lágrimas. A intemporalidade da maldade no mundo!...

 

Confessa que nem sempre foi fácil para si a gestão de algumas das suas escolhas: não ver, não falar, não ouvir. Mas confirma a bondade da experiência sempre que conseguiu a reunião daquelas três posturas. “Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão” - Erico Veríssimo.

   

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.