HISTÓRIA Nº. 110
“A casa da
saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração”
- Coelho
Neto
Cada vez mais reservado, cada vez
mais distante. Imagina os olhares interrogativos de quem o observa e pretende
interpretar os seus movimentos ou a ausência deles. Acredita, até, que alguma
irreprimível criatividade alheia descubra razões e dê vida a motivos que
a razão desconhece. O que não será de estranhar, pois sempre houve alguém
candidato a saber de tudo e de todos a partir da sua própria imaginação!...
Figura incontornável da vida em sociedade!...
A memória aconselha-o a todo o
momento. As suas escolhas, silêncio e solidão, foram-lhe há muito recomendadas
por quem bem conhece os caminhos da Paz e habita, dentro de si, “na cabana
pequenina a um canto do coração”. O Alemão, pacífico por natureza,
não se revê na agitação destes tempos, em que proliferam e se materializam
impunemente sentimentos de enorme perversidade: alguns, velhos de muitos anos;
outros, novos de poucos dias… E como castigam as gerações que coexistem espalhadas
por este vale de lágrimas. A intemporalidade da maldade no mundo!...
Confessa que nem sempre foi fácil
para si a gestão de algumas das suas escolhas: não ver, não falar, não
ouvir. Mas confirma a bondade da experiência sempre que conseguiu a reunião
daquelas três posturas. “Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém
aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão” - Erico
Veríssimo.
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