HISTÓRIA Nº. 25
Haja paciência…
Ter
aguentado até agora já é um milagre! Exclamou o bom do Daniel a
propósito da paciência que o Alemão
disse já não ter, ou ter muito pouca. Amigo de algumas décadas, conhecedor de
alguns dos mais marcantes acontecimentos da vida do Alemão, ele, o amigo Daniel, sabe do que fala. O Alemão ficou a pensar!... Tristes recordações!...
Tantas e tantas
vezes lhe pediram, ou exigiram, “tenha
paciência” … Unilateralmente. Os outros sempre os eternos beneficiários de
tão preciosa virtude. Perante a ofensa, tenha
paciência. Perante a afirmação mentirosa, tenha paciência. Perante a exploração, tenha paciência. Perante a deturpação de factos e a criação de
falsas versões da realidade, tenha
paciência. Perante o prejuízo material e de outra ordem, tenha paciência. Perante a hipocrisia, tenha paciência. Perante o desrespeito, tenha paciência. Curiosamente, a
paciência parecia ter só um sentido... sempre pedida apenas a um dos lados para
proteção do outro. Paciência paralisadora. Talvez, até, injusta. Não seria mais
um pedido de “deixe para lá”?... Uma espécie de preço a pagar pela paz?... Seria
isto paciência? Ou resignação, como alguém lhe chamou?... Sim, talvez resignação.
Há quem
considere ser a paciência a “disposição
constante do espírito que nos induz a exercer o bem e evitar o mal” (Dicionário
Priberam). Mas não estará a paciência, a verdadeira, a virtuosa mais ligada ao
tempo? Não será porventura, como alguém
a interpretou, “o intervalo entre a semente e a flor” (Ana Jácomo)? O Alemão lembra-se de inúmeros momentos de
dor e de lágrimas em tantos intervalos - tempos da vida que, parecendo
intermináveis, chegaram ao fim. A flor nasceu! O intervalo-paciência foi carinhosa
e constantemente regado pela água-esperança que foi caindo do Céu…
Haja paciência, o
tal intervalo entre a semente e a flor!...
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