Escrever por
escrever…
Hoje. Qualquer
data serve. Vontade irreprimível de escrever por escrever. Sem nada dizer. E assim dar resposta a quem
sabe de tudo e de todos. Sobretudo do
que não foi confessado nem de alguma forma revelado. Palavras e mais palavras
que o vento já não leva. Tempo do vale tudo?
O Alemão observa preocupado a inquietação
da sociedade em que vive. O mundo transformou-se numa arena onde uma das principais armas é a incontinência verbal que delicia
turbas entusiasmadas e as arrebata a cada golpe que entendem como certeiro. O
importante é o sangue derramado. O respeito pela pessoa humana vai-se tornando
cada vez mais num conceito perdido no tempo, consagrado em velhos e empoeirados
manuais que falam sobre o Estado de Direito. Livros que já ninguém lê. Da política ao futebol, da economia à justiça, da
família à religião, arautos de uma intrigante mensagem gritam irados,
esbracejam, insultam e ameaçam, destilando ódio. E como são apoteoticamente
aplaudidos! Sabedores de tudo sobre todos. Comentadores imparciais, moderadores equidistantes,
defensores justos, acusadores donos da verdade. O que é a
Verdade?! Estranha forma de viver a
vida!...
A agitação é
contagiosa. Caminho perigoso que também atinge quem está por perto, mesmo só
observando. A distância deverá ser significativa para ser segura. O Alemão percebeu-o. Procura, por isso, a
tranquilidade de outras posições completamente opostas àquele perigoso
contágio. Caminhos abertos e consolidados por quem, muito antes dele, os
percorreu semeando a paz, o amor, a amizade, a solidariedade, o respeito…
Bem-aventurados os pacificadores… (Jesus, S.
Mateus, 5).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.