segunda-feira, 12 de março de 2018



HISTÓRIA Nº. 23



Escrever por escrever…




Hoje. Qualquer data serve. Vontade irreprimível de escrever por escrever. Sem nada dizer. E assim dar resposta a quem sabe de tudo e de todos. Sobretudo do que não foi confessado nem de alguma forma revelado. Palavras e mais palavras que o vento já não leva. Tempo do vale tudo?


O Alemão observa preocupado a inquietação da sociedade em que vive. O mundo transformou-se numa arena onde uma das principais armas é a incontinência verbal que delicia turbas entusiasmadas e as arrebata a cada golpe que entendem como certeiro. O importante é o sangue derramado. O respeito pela pessoa humana vai-se tornando cada vez mais num conceito perdido no tempo, consagrado em velhos e empoeirados manuais que falam sobre o Estado de Direito. Livros que já ninguém lê. Da política ao futebol, da economia à justiça, da família à religião, arautos de uma intrigante mensagem gritam irados, esbracejam, insultam e ameaçam, destilando ódio. E como são apoteoticamente aplaudidos! Sabedores de tudo sobre todos. Comentadores imparciais, moderadores equidistantes, defensores justos, acusadores donos da verdade. O que é a Verdade?!  Estranha forma de viver a vida!...


A agitação é contagiosa. Caminho perigoso que também atinge quem está por perto, mesmo só observando. A distância deverá ser significativa para ser segura. O Alemão percebeu-o. Procura, por isso, a tranquilidade de outras posições completamente opostas àquele perigoso contágio. Caminhos abertos e consolidados por quem, muito antes dele, os percorreu semeando a paz, o amor, a amizade, a solidariedade, o respeito… 


Bem-aventurados os pacificadores… (Jesus, S. Mateus, 5).



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