HISTÓRIA Nº. 17
O Alemão acredita, ainda...
Curiosamente,
desde a adolescência, o Alemão “olhava”
2000 como o ano da definitiva afirmação do caminho escolhido. Progresso,
crescimento, estabilidade, rubricas de um balanço que, acreditava, poderia
então ser feito e que apresentaria resultados brilhantes. Alcançado aquele ano, o Alemão estaria já com uma idade que lhe permitiria, pensava ele, começar
a desenhar o seu descanso para o resto da vida. E tal desenho passava por mais
contemplação e menos “ação”, mais
gozo e menos “preocupação”, mais
satisfação e menos “necessidade”, mais
paz e menos “inquietação”, mais
solidariedade e menos “egoísmo”, mais
unidade e menos “dispersão”. Só que
não previu os elementos “variáveis”!… E foram muitos.
Os primeiros
tempos do século XXI encarregaram-se de desenganar tais expectativas. Algumas
ocorrências pessoais e outras, muitas, de âmbito coletivo, destruíram
rapidamente quase todos os sonhos de uma vida inteira. Até a queda da ponte
Hintze Ribeiro (Entre-os-Rios) em 4 de março de 2001, cerca de duas horas
depois do Alemão a ter atravessado no
regresso de Macieira de Fornelos, com as consequências trágicas conhecidas, o
ajudou a entender muita coisa… sobretudo o “quem está de pé, olhe que não caia!” e
as palavras proféticas “Em verdade vos digo que não ficará pedra
sobre pedra que não seja derribada…” (Evangelho de Mateus).
A ação, a
preocupação, a necessidade, a inquietação, o egoísmo e a dispersão não
diminuíram nos dezassete anos vividos após aquela tão esperançosa marca. Antes
pelo contrário, cresceram desmesuradamente. Mas há quem veja nisso a normal
evolução dos tempos e das sociedades. O egocentrismo instalou-se no mundo como
grande soberano. Veio para ficar, infelizmente…
Ao Alemão,
que resiste à egolatria vigente, chamam-lhe saudosista. Paciência! Acredita,
ainda, no que sempre amou…
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