HISTÓRIA (pequeno desabafo) Nº. 11
Cada vez mais
distante…
O Alemão tem andado calado. Subiu a um dos cumes
da sua vida, a um dos mais dolorosos – a realidade. Corajosamente, diga-se,
pois era-lhe previsível uma visão nada simpática. Mas subiu e, por agora, ainda
só observa. Tirou, apenas, alguns apontamentos. Percebeu, finalmente e se calhar
já muito tarde para rectificações, que o caminho que percorreu nem sempre foi
seguro em si mesmo. O caminho da sua vida, diga-se, não o outro Caminho,
que está acima de todos… e é Único. Aliás, é a esse Caminho Único, e que ama sem
limites, que atribui a sua protecção e conservação. A entrega do Alemão foi sempre genuína, honesta, desmedida,
para além de inocente. Ponham
inocência nisso: até mesmo na acumulação da idade normalmente já não dada a
inocências…
Daquele cume
observa agora comportamentos que, certamente, já foram suas adversidades nos
seus tempos de criança e da adolescência. Perseveram até ao dia hoje,
lamentavelmente. Deslealdades, ruins imitações, aproveitamentos pessoais e
egoísmos, desrespeitos… e o cruel cumprimento da afirmação da vox
populi “tudo tens tudo vales,
nada tens nada vales”. Pelo que, face ao “pouco” que sempre teve, apetece perguntar, daquele cume da vida: O que pretenderam no passado e o que
pretendem ainda hoje do Alemão?
Daquele cume
observa, ainda, a correria de gente em busca de algo que não percebe bem o que
seja (o
Alemão já está a uma certa distância na idade e nos sentimentos…). Percebe,
apenas, que correm muito, atropelam, pisam, ultrapassam pelo lado contrário…
Momentos de
indisfarçável desgaste. Também de alguma revolta. Contida revolta, descansem. No
cume a que subiu continua a observar. O que descreveu são apenas as primeiras
impressões.
Hora de pedir: deixem o Alemão em paz!...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.