sexta-feira, 3 de novembro de 2017



HISTÓRIA (pequeno desabafo) Nº. 11


Cada vez mais distante…


O Alemão tem andado calado. Subiu a um dos cumes da sua vida, a um dos mais dolorosos – a realidade. Corajosamente, diga-se, pois era-lhe previsível uma visão nada simpática. Mas subiu e, por agora, ainda só observa. Tirou, apenas, alguns apontamentos. Percebeu, finalmente e se calhar já muito tarde para rectificações, que o caminho que percorreu nem sempre foi seguro em si mesmo. O caminho da sua vida, diga-se, não o outro Caminho, que está acima de todos… e é Único.  Aliás, é a esse Caminho Único, e que ama sem limites, que atribui a sua protecção e conservação. A entrega do Alemão foi sempre genuína, honesta, desmedida, para além de inocente. Ponham inocência nisso: até mesmo na acumulação da idade normalmente já não dada a inocências…  

Daquele cume observa agora comportamentos que, certamente, já foram suas adversidades nos seus tempos de criança e da adolescência. Perseveram até ao dia hoje, lamentavelmente. Deslealdades, ruins imitações, aproveitamentos pessoais e egoísmos, desrespeitos… e o cruel cumprimento da afirmação da vox populi “tudo tens tudo vales, nada tens nada vales”. Pelo que, face ao “pouco” que sempre teve, apetece perguntar, daquele cume da vida:  O que pretenderam no passado e o que pretendem ainda hoje do Alemão?  

Daquele cume observa, ainda, a correria de gente em busca de algo que não percebe bem o que seja (o Alemão já está a uma certa distância na idade e nos sentimentos…). Percebe, apenas, que correm muito, atropelam, pisam, ultrapassam pelo lado contrário…

Momentos de indisfarçável desgaste. Também de alguma revolta. Contida revolta, descansem. No cume a que subiu continua a observar. O que descreveu são apenas as primeiras impressões.


Hora de pedir:  deixem o Alemão em paz!...



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