HISTÓRIA Nº. 12
Os melhores do
mundo…
Do cume da vida
onde recentemente subiu, o Alemão
continua a observar. Pensava já ter visto tudo, mas fica-lhe a impressão de que
tem muito ainda para ver… mesmo não querendo.
“Gaba-te,
cesta rota, que amanhã vais à vindima”. Ditado popular adequado a quem
faz do auto elogio o recurso para a promoção das qualidades que tem… e, muitas
vezes, das que não tem e julga ter.
“É claro que é um grande romance, fui eu quem o escreveu”, alguém do mundo das letras proclamou-o. Está no seu direito. “Sou o melhor do mundo porque trabalho para
isso”, alguém do mundo do futebol proclamou-o. Está também no seu direito. E no seu direito estarão todos os que se auto
proclamam como os melhores do mundo seja lá em que área for, para além da
literatura e do futebol que já estão ocupadas… “Sou o melhor ator do mundo; sou o melhor músico do mundo; sou o melhor
pintor do mundo; sou o melhor…; sou o melhor…; sou o melhor… “ e assim por
diante. Os outros, esses, são mera justificação da existência daqueles
- dos melhores.
O Alemão
não tem nada contra os melhores, antes pelo contrário. A sua existência é
enriquecedora, naturalmente. Lamenta, isso sim, a vanglória e a auto proclamação
dos talentos pessoais… de quem os julga ter e, por isso, tudo reclama para si
em detrimento dos demais. E lamenta, sobretudo, que esse comportamento tenha
chegado – é publico e notório - a áreas
sagradas da vida. O egoísmo instalou-se. Está prejudicada a convivência humana
alicerçada no amor e no respeito. Os espaços definem-se cada vez mais, com
contornos bem vincados, entre os melhores e os outros…
Como seria tudo
bem diferente se os melhores do mundo fossem os melhores para o mundo!...
Mundo ao
contrário, como alguém disse, em que os rios nascem no mar!...
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