segunda-feira, 13 de novembro de 2017





HISTÓRIA Nº. 12


Os melhores do mundo…


Do cume da vida onde recentemente subiu, o Alemão continua a observar. Pensava já ter visto tudo, mas fica-lhe a impressão de que tem muito ainda para ver… mesmo não querendo.


“Gaba-te, cesta rota, que amanhã vais à vindima”. Ditado popular adequado a quem faz do auto elogio o recurso para a promoção das qualidades que tem… e, muitas vezes, das que não tem e julga ter.


“É claro que é um grande romance, fui eu quem o escreveu”, alguém do mundo das letras proclamou-o. Está no seu direito. “Sou o melhor do mundo porque trabalho para isso”, alguém do mundo do futebol proclamou-o. Está também no seu direito.  E no seu direito estarão todos os que se auto proclamam como os melhores do mundo seja lá em que área for, para além da literatura e do futebol que já estão ocupadas… “Sou o melhor ator do mundo; sou o melhor músico do mundo; sou o melhor pintor do mundo; sou o melhor…; sou o melhor…; sou o melhor… “ e assim por diante. Os outros, esses, são mera justificação da existência daqueles -  dos melhores.


 O Alemão não tem nada contra os melhores, antes pelo contrário. A sua existência é enriquecedora, naturalmente. Lamenta, isso sim, a vanglória e a auto proclamação dos talentos pessoais… de quem os julga ter e, por isso, tudo reclama para si em detrimento dos demais. E lamenta, sobretudo, que esse comportamento tenha chegado – é publico e notório - a áreas sagradas da vida. O egoísmo instalou-se. Está prejudicada a convivência humana alicerçada no amor e no respeito. Os espaços definem-se cada vez mais, com contornos bem vincados, entre os melhores e os outros…  


Como seria tudo bem diferente se os melhores do mundo fossem os melhores para o mundo!...


Mundo ao contrário, como alguém disse, em que os rios nascem no mar!...


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