HISTÓRIA Nº. 10
O Diário…
Anos 60. Século
passado. Moda do cabelo crescido, estilo Beatles; calças à boca-de-sino; tacão
do sapato de homem um pouco mais alto do que o habitual… e a moda do “Diário”. A exortação constante contra
aqueles modismos considerados capazes de macular os princípios da formação
moral considerados como os mais exemplares. Perante a ameaça de tão terríveis e
pecaminosas transformações, o mundo estava perdido, dizia-se… Mas o tempo
passou e o mundo lá se aguentou… pelo menos até agora. E as novidades perderam
a sua perigosidade até por força da alteração das circunstancias. O Alemão já não tem cabelo e a idade
tornou-o “incapaz” de vestir calças
com tal corte e de usar tal tipo de sapatos. Sobra-lhe a pequena relíquia, o “Diário”, onde resistem as palavras
carinhosas de muitos amigos e amigas cuja face o tempo não conseguiu apagar da sua memória.
Hoje, dezenas de
anos depois. Nem de propósito. Abriu ao acaso o “Diário”. E leu um pequeno texto de alguém que, amorosamente,
garantia: “Terás um futuro brilhante. Aguarde!”. Expressão profética, com
validade-tempo indeterminado que deixou o Alemão
a pensar, curiosamente numa altura em que se recusava a fazê-lo… A maior parte daquele futuro “garantido”
é hoje passado, concluiu. O que tinha de
brilhar “garantidamente” naquele futuro é passado também, sem dúvidas.
Então, o futuro-amanhã ainda será
brilhante ou a sua luz já se terá esgotado no
futuro profetizado que passou?...
Descobrir o que brilhou no futuro já passado talvez ajudasse o Alemão a
controlar as suas expectativas… E se o futuro brilhante foi completamente
esgotado nos outros, porque não usar um pouco do amanhã, se vier, a cuidar de
quem mais se gosta?!... Ou será pecado?...
“Aquilo
que os outros pensam ou dizem de ti importa zero quando tu gostas de ti, quando
tu acreditas em ti e quando tu queres o melhor para ti” – mensagem
recebida hoje de uma querida amiga.
O
Alemão continua a não saber (ou a não querer saber…) o que é “um futuro
brilhante”.
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