HISTÓRIA Nº. 7
A propósito de estar só…
“Chega-te para aqui”, convidavam-no com frequência. A tendência
para se distanciar de centros mais populosos já era nele percetível. Sempre o incomodou a forma como via encavalitarem-se uns nos outros em busca de posições de
destaque a qualquer preço. As guerras pelo poder que foi observando sempre o
fizeram sentir-se a mais por não ser este o mundo em que queria viver. Repugnava-lhe
ver a “habilidade” tantas vezes usada por alguns espertos em áreas “sagradas”
da vida humana. Tem sobrevivido cultivando a solidão. E uma forma muito própria
(talvez única, perdoem-lhe esta vaidade) de se relacionar com o que é Superior.
Ah, e uma acuidade de análise que o
satisfaz muito pela proteção que lhe dá. Mais vale prevenir!...
Não se lembra de ter sido diferente em alguma fase da vida. Ou seja, foi sempre assim. Começou a trabalhar muito cedo, aos 15 anos, e por cerca de 40 anos se gastou e desgastou no mesmo lugar, sempre “só” … Mais cedo ainda, entregou-se a uma vida espiritual que o tem absorvido quase completamente, sempre “só” … E, ainda hoje, faz qualquer coisinha, porque a vida o exige, sempre “só” …
O Alemão, no resto do tempo que tenha para viver, já não deve mudar. Melhor, não quer mudar. Ainda que a sua “solidão” lhe possa valer a interpretação contrária do que acima descreve. Há quem diga que "não está só, está isolado…"
Independentemente do que pensem, responde
o Alemão com uma citação anónima: “Não
tenha medo de estar só. Tenha medo de estar vazio” …
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