HISTÓRIA º.
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Pé ante pé,
em silêncio quase absoluto…
Pé ante pé, em
silêncio quase absoluto para não ser descoberto, o Alemão continua as
suas caminhadas por terrenos que tão bem conhece desde criança e que tanto ama.
Neles colheu muito do que conserva religiosamente no memorial inapagável da sua
existência. Preciosa coleção de valores que conserva cuidadosamente no “cofre”
onde protege as suas recordações mais sagradas. Mas a paisagem mudou, talvez
definitivamente! A fertilidade de outros tempos deu lugar à aridez. Da beleza
que alegrava os olhos e enlevava a alma nem um pequeno vestígio. Foi-se a
alegria que enriquecia o dia a dia, a vida. Sobra um enorme vazio de
sentimentos revelador do empobrecimento do mundo, do seu mundo.
Falou muitas vezes
da proximidade de uma encruzilhada. Em algumas das suas pequenas prosas,
enigmáticas e tantas vezes intencionalmente indecifráveis, anunciou-o. O Alemão
sabia do que falava!... Não, não era clamor profético ou adivinhação barata;
era e é fruto de muita observação. Os “desvios” apontavam claramente
para uma indesejada direção que acabou por se confirmar. A presente situação
era, infelizmente, esperada. Mas, “os tempos são outros, as sociedades
evoluem”, dizem!…
“Hoje vi as
suas costas. Estavam demasiado pesadas. Largas – algo crucificadas”,
palavras que recebeu há dias de um bom amigo. O observador também ele
observado! Pesos que alguém tem de suportar, por muito que custe! Mas foi bom
perceber, ou ver confirmado, que existem outros caminhantes a visitar os mesmos
espaços, pé ante pé, em silêncio quase absoluto para não serem descobertos…
Afinal, ainda há
quem ame!...
...e principalmente... é amado de Deus! E isso..basta!
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