HISTÓRIA Nº. 79
O Pensador...
“Eu
estava dormindo e me acordaram
E
me encontrei, assim, num mundo estranho e louco…
E
quando eu começava a compreendê-lo um pouco,
Já
eram horas de dormir de novo!” (Mário Quintana)
Agora, “anda
devagar porque já teve pressa”. O cansaço chegou finalmente e quebrou-lhe
de vez o ritmo que, desde há algum tempo, dava já sinais de cedência. A
correria entusiasmada ao longo de muitos anos deu lugar agora a um novo modus
de caminhar: o passo lento. Aquela, a correria entusiasmada, terá prejudicado a
devida apreciação de uma boa parte do caminho vencido. Este, o passo lento,
concede a vantagem de atrasar a vida e permitir mais clara e mais bem
definida a observação de cada detalhe. Parece, todavia, tardia, uma vez que já
não altera nada. Duas fases da vida com o deve e o haver ainda por avaliar. E
valerá a pena fazê-lo? O que se terá perdido?
O que se terá deixado de ganhar?....
Pensativo, mais
do que noutros tempos, o Alemão procura perceber o que o rodeia, na
esperança de descobrir o que ainda venha a tempo de lhe sossegar o espírito.
Não, não são dúvidas existenciais que o atormentam, mas sim o ter cada vez
menos certezas em cada dia que se esgota, sem sentido, no ponto mais estreito da
ampulheta imparável da vida. Neste mundo “estranho e louco” onde se
encontra...
“Sonhador”
na adolescência”, “poeta” na juventude, “tristonho” na fase
intermédia, “pensador” nos tempos atuais. Talvez amanhã os amigos lhe
definam outro cognome…
Antes que sejam “horas
de dormir de novo!”
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