HISTÓRIA Nº.
76
Para onde
corre o mundo, o nosso mundo?...
“Muito do que
edificámos está a esboroar-se, falta sabedoria”, notou há dias um bom amigo
que acrescentou ainda “há risco de derrocada”. O Alemão concorda
e lamenta.
Correm revoltosas
as águas da vida. Cresceu de tal ordem o seu caudal e é tão intensa a agitação
do seu curso que, no momento, dificilmente se encontrarão comportas fortes o
bastante que as sustenham. Por muito tempo correram mais ou menos tranquilas, raramente
galgando as margens traçadas por um conjunto de elevados princípios e valores
morais até há pouco tempo considerados como pilares inabaláveis da paz entre os
homens. Estranha e repentinamente, transformaram-se em impetuosas e indomáveis
correntes que ninguém controla, buscando sofregamente um qualquer lugar
onde desaguem os seus novos interesses. Para onde corre o mundo, o nosso
mundo?...
Em silêncio,
como sempre, o Alemão apenas observa. E como entende tudo o que se passa
ao seu redor! O olhar vago e distraído de quem procura dar descanso à vista já
não se estende a horizontes distantes. Ainda assim, mesmo sem o querer, vai
percebendo movimentos ou a ausência deles que lhe dizem o quão acertada
tem sido a posição passiva a que se remeteu de há uns tempos a esta
parte. Não por ausência de vontade em atuar, que nunca lhe faltou, mas por pretendida
mudança de atitude face à dimensão das adversidades quase incontroláveis dos
novos tempos. É que, perante o desmoronamento que se prenuncia, talvez já não
valha a pena resistir.
Sobreviveremos?...
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