quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022





HISTÓRIA Nº. 76

 

Para onde corre o mundo, o nosso mundo?...

 

“Muito do que edificámos está a esboroar-se, falta sabedoria”, notou há dias um bom amigo que acrescentou ainda “há risco de derrocada”. O Alemão concorda e lamenta.

 

Correm revoltosas as águas da vida. Cresceu de tal ordem o seu caudal e é tão intensa a agitação do seu curso que, no momento, dificilmente se encontrarão comportas fortes o bastante que as sustenham. Por muito tempo correram mais ou menos tranquilas, raramente galgando as margens traçadas por um conjunto de elevados princípios e valores morais até há pouco tempo considerados como pilares inabaláveis da paz entre os homens. Estranha e repentinamente, transformaram-se em impetuosas e indomáveis correntes que ninguém controla, buscando sofregamente um qualquer lugar onde desaguem os seus novos interesses. Para onde corre o mundo, o nosso mundo?...  

 

Em silêncio, como sempre, o Alemão apenas observa. E como entende tudo o que se passa ao seu redor! O olhar vago e distraído de quem procura dar descanso à vista já não se estende a horizontes distantes. Ainda assim, mesmo sem o querer, vai percebendo movimentos ou a ausência deles que lhe dizem o quão acertada tem sido a posição passiva a que se remeteu de há uns tempos a esta parte. Não por ausência de vontade em atuar, que nunca lhe faltou, mas por pretendida mudança de atitude face à dimensão das adversidades quase incontroláveis dos novos tempos. É que, perante o desmoronamento que se prenuncia, talvez já não valha a pena resistir.

 

 Sobreviveremos?...



Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.