domingo, 25 de abril de 2021




HISTÓRIA Nº. 71

 


Hoje não encontrei as palavras…

 


A adolescência foi dura. Tantas vezes lutou até à exaustão, procurando corresponder o melhor que podia e sabia ao que amou talvez muito precocemente. Por necessidade, cedo procurou aprender com os homens o que acabou por ser a própria vida e o seu esforço a ensinar-lhe. Impuseram-lhe, anos a fio, caminhos e decisões: sem escolha. À pergunta “porque é assim?”, a invariável resposta “é assim, porque é assim!”.  Adotando um aparente conformismo, que curiosamente sempre interpretaram como medo, o Alemão lá foi vencendo os seus dias, procurando em inúmeras madrugadas descobrir o porquê das tarefas que executava por rotina e que ninguém tinha disponibilidade para lhe explicar. Porque seria? Mas a sua discreta teimosia levou-o, muitas vezes, ao encontro do que pretendia saber. Parecendo frágil, reconhece e louva a existência de uma força invisível que o ajudou a romper inúmeras dificuldades que lhe enevoaram muitos dos anos da sua existência. Obstáculos expetáveis; outros nem tanto!…

 

Sozinho aprendeu muito, apesar do preço que pagou. Empurraram-no para a solidão que acabou por interiorizar e que se tornou numa normal forma de estar na vida. Quase insociável, fala pouco e opiniões há muito que não as emite. As últimas confirmaram-lhe a ideia que sempre teve de que, à sua volta, ou não as ouviam ou então ignoravam-nas. Provavelmente, o Alemão não terá tido uma única razão que outras razões aceitassem…

 

Como na adolescência, há situações que vive e cumpre no presente sem as compreender: rotinas. Agora, sem o ânimo de outrora para novas madrugadas, o Alemão apenas observa. É tarde, passou muito tempo!...



3 comentários:

  1. O alemão ainda tem muitas madrugadas,se hoje não tem o ânimo de outrora fruto das sucessivas batalhas contra o mal, oraremos para que o Senhor lhe restitua esse ânimo e lhe dedê muitas vitórias ��

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  2. O Alemão terá sempre o apoio incondicional por todos aqueles que se reveem neste texto mas DEUS sempre o ajudará

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  3. Viver na solidão pode não ser um defeito mas sim uma virtude.
    Quem consegue viver na solidão consegue viver com o mundo, mas quem vive para o mundo não consegue viver na solidão.
    Consegue estar presente sem pertubar o outro,mas consegue inquietar o atento, o observador que pretende conhecer e saber daquele que vive na solidão.

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