HISTÓRIA Nº.
70
Tanta
história de vida!...
“Tanta
história de vida!...”, exclamou, sobre a imagem acima, uma amiga de longa
data que ainda vê e lê as, cada vez mais raras, publicações do Alemão. O
seu arguto olhar descobriu o que a tantos está oculto, ou porque não o lembram
ou porque não o viveram: o movimento centrado na pequena casa onde, em
qualquer ocasião, sempre havia lugar para mais um… Tempos de grande humanidade
que a poeira dos anos foi sepultando. Riquezas inestimáveis que poucos fizeram
por preservar e que acabaram por se perder para sempre. Pilares que se tinham por inabaláveis que sucumbiram
ao peso de tanta exigência do mundo e cuja recuperação se considera
agora não valer a pena. “Cumpriram a sua missão”, sentenciam. As pedras
caem e ninguém as repõe nos muros que deixaram de ser limites e
proteção. Pedras, muitas, espalhadas pelo chão… Confirmação de que
outros valores se levantaram. “Outros tempos, outras vontades, afinal nada
dura para sempre”, asseguram. História de gerações cujas vidas passaram ao
lado de um qualquer registo que o tempo apagou. Quem se lembrará?!...
“Homem que é
homem não chora”, alguém determinou. Todavia, haverá sempre uma lágrima nos
olhos de quem amou, mesmo que isso signifique fraqueza. A mudança demorou
alguns anos, não muitos, mas chegou, como se esperava! Ano após ano, foi dando
sinais que alguns ingénuos arautos anunciaram vivamente, sem sucesso.
Tais evidências, com significado apenas para os mais atentos, ajudaram a desenhar
o quadro profético que hoje em dia se confirma, lamentavelmente. Agora, até a esperança, radiosa e brilhante
por natureza, se manifesta com sombrias dúvidas, já não acreditando em si
mesma. O nosso mundo avançou regredindo!...
A vida vai abrindo os caminhos do homem e
fá-lo percorrer até os que este não escolheu. A certa altura, já longe de mais,
apercebe-se de que não há recuo. O tempo não volta para trás, como alguém
diria. Restam as recordações. O Alemão, que já tem muitos anos de passado,
sabe que há lembranças que não podem ser evitadas. Boas ou más, alegres ou
tristes, manifestam-se vivas ou esbatidas no painel das nossas memórias quando
menos esperamos… E às vezes dói!
“Junto aos rios de Babilónia nos assentamos e choramos, lembrando-nos de Sião” (Bíblia Sagrada, Salmo 137).
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