HISTÓRIA Nº.
63
Quatro
palavras…
“Que é feito do
Alemão? Por onde anda? Onde se escondeu?”, não cessam de perguntar. “É
verdade que nunca foi de anunciar previamente a publicação das suas prosas, mas
agora exagerou. Nem um simples aviso. Nem sequer o indeterminado volto já.
Ter-se-á calado definitivamente? Que ausência!”, estranham.
A verdade é que uma
repentina e assustadora agitação inquietou o mundo, todo o mundo. A gritaria
irrompeu da normalidade, numa indecifrável algaraviada. As vozes dos que sabem
tudo e que sobre tudo dissertam, num determinado sentido hoje, no seu contrário
amanhã, atingiram decibéis intoleravelmente excessivos. E o oportunismo,
esse, subtil ou descarado, também não deixou de fazer a sua aparição no meio de
tanta desgraça, sofrimento e dor. O poder, sempre o poder!
Sentindo-se deslocado
naquele ambiente tão confuso e hostil, o Alemão partiu em busca
de um lugar repousante muito para além do silêncio, do seu silêncio, que regularmente
procura e onde normalmente o descobrem os que o conhecem. Foi longe desta vez,
muito longe, até à região do nada ou do quase nada. Sem ninguém por perto. Exatamente para
não ouvir, para não ver, para não falar…
Milagrosamente,
ao lugar do nada ou do quase nada, no dia certo, na hora exata,
chegou-lhe uma inesperada mensagem, leve e calma, e que dizia: “Faço memória
de ti…”.
O Alemão
não esperava…
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