quinta-feira, 21 de maio de 2020




HISTÓRIA Nº. 63


Quatro palavras…


“Que é feito do Alemão? Por onde anda? Onde se escondeu?”, não cessam de perguntar. “É verdade que nunca foi de anunciar previamente a publicação das suas prosas, mas agora exagerou. Nem um simples aviso. Nem sequer o indeterminado volto já. Ter-se-á calado definitivamente? Que ausência!”, estranham.


A verdade é que uma repentina e assustadora agitação inquietou o mundo, todo o mundo. A gritaria irrompeu da normalidade, numa indecifrável algaraviada. As vozes dos que sabem tudo e que sobre tudo dissertam, num determinado sentido hoje, no seu contrário amanhã, atingiram decibéis intoleravelmente excessivos. E o oportunismo, esse, subtil ou descarado, também não deixou de fazer a sua aparição no meio de tanta desgraça, sofrimento e dor. O poder, sempre o poder!


Sentindo-se deslocado naquele ambiente tão confuso e hostil, o Alemão partiu em busca de um lugar repousante muito para além do silêncio, do seu silêncio, que regularmente procura e onde normalmente o descobrem os que o conhecem. Foi longe desta vez, muito longe, até à região do nada ou do quase nada. Sem ninguém por perto. Exatamente para não ouvir, para não ver, para não falar


Milagrosamente, ao lugar do nada ou do quase nada, no dia certo, na hora exata, chegou-lhe uma inesperada mensagem, leve e calma, e que dizia: “Faço memória de ti…”.


O Alemão não esperava…






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