terça-feira, 8 de outubro de 2019











HISTÓRIA Nº. 53




Verdade seja dita…
           

      
                             “Vento que passas, leva-me contigo. Sou poeira também, folha de outono” Miguel Torga, in Diário V



Agora mesmo, e a respeito do trecho acima transcrito, o amigo Herculano lhe escreveu: “O cair das folhas… será sinal de decadência? Para uns, beleza. Para outros, tristeza”. Palavras que surpreenderam o Alemão no meio de uns quantos pensamentos…


Verdade seja dita: nunca ninguém lho exigiu. Nem pretende aqui qualquer justificação. Dividiu-se muitas e muitas vezes. Desde a adolescência. Ao longo dos anos. O quase dom da ubiquidade que em tantas ocasiões a muitos surpreendeu fê-lo chegar, quase simultaneamente, a inúmeras pessoas e a terras tão diversas. Perto e longe. Sem reservas, sem escolhas, sem negações, sem paragens, sem queixas. Sobretudo, com alegria. Percorreu a vida vigorosamente. Até aqui…


Chegou, porém, a um insuportável cansaço. Cansaço que a perda normal de alguma energia consumida pela idade não explica. Pelo menos não o convenceu, ainda. O Alemão olha à sua volta e questiona: o que tem acontecido na chamada dinâmica da vida em movimento? Inevitáveis mudanças, naturalmente. Porém, na maioria dos casos, tudo tão fantasioso, tão ilusório, para lhe não chamar algo bem pior. O mundo artificializou-se. O verdadeiro, o autêntico, deixou de ser suficiente, provocando uma inquietação que já ninguém consegue controlar.


E tudo isto cansa, ou também cansa, atingindo novos e velhos, que alguma vez na vida ouviram e amaram a mensagem que ainda hoje lhes disciplina a existência:


 “A minha graça te basta!...”, disse Deus.






2 comentários:

  1. "Tudo posso naquele que me fortalece"
    Respeitoso beijinho.

    ResponderEliminar
  2. Querido "Alemão", não quero apenas confortá-lo, mas tentando-o, queria transmitir-lhe que ainda chega a muitos. Sabemos quem é o Modelo, estou certo quem É,no entanto, ELE mesmo deu-nos referências importantes que devemos seguir pelos seus bons exemplos. Cresci ao "colo" de um homem que, por acaso, tinha o mesmo nome que eu "José", tinha sempre um castigo para mim "Se não comeres a sopa, vais descalço para a cama". Boa referência, entre outras, que foram desaparecendo sem pedir permissão, sem se despedirem , sem deixarem o ultimo conselho, o "Alemão" é uma referência viva que nós queremos ter no nosso meio muito mais tempo, sentindo o calor do seu sorriso simples, mas muito importante, do abraço que para além do nosso corpo alcança e conforta a alma. Querido "Alemão", ainda chega muito longe!!! Abraço de um Amigo.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.