HISTÓRIA Nº. 45
Os domingos de manhã…
A verdade é que
sempre sentiu dificuldades em entender-se com este mundo. Por descobrir, ainda,
e agora apenas como curiosidade, quem
rejeitava quem?!... O Alemão teve de ser homem muito cedo. Cresceu
sozinho, sem pai, quase sem crianças - amigas por perto, lutando timidamente pela sobrevivência, num mundo de gente grande. Tempos difíceis.
Os bons ensinamentos
ouvidos aos domingos de manhã mantiveram-no “inocente e puro” durante muitos e muitos anos. E ainda bem! Está
grato aos homens simples que lhe transmitiram tão nobres sentimentos a partir
dos conselhos e exemplos amorosamente distribuídos. Por isso, foi sempre
com a radiosa alegria da criança que abraçou cada patamar da vida a que chegou no desenvolvimento da sua existência.
Alegria que partilhava sem reservas, por acreditar na bondade como
qualidade comum a todos os homens…
Somente há pouco
tempo, o Alemão percebeu ter
desenvolvido dentro de si outro
mundo em nada coincidente com aquele que contempla no seu dia a dia. Dolorosa descoberta!... A conciliação destes dois mundos é
meramente aparente, confessa. O conflito
subsistirá pelo tempo fora… Já é tarde, muito tarde, para qualquer ajustamento!
O meu
mundo é mudo, confirma o Alemão.
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