HISTÓRIA Nº. 43
Ver, ouvir e calar…
Que desilusão! O mundo do Alemão transformado num
imenso parlatório, confuso, sem regras. Que grande algazarra! Todos falam, simultaneamente. Ninguém ouve
ninguém. Palavras e mais palavras. Com peso, mas não previamente pesadas. O
importante é falar. O outro – sobra sempre um ouvidor! -, é simplesmente… o
outro. Que ouve e cala. Que sofre. O importante, pelo visto, é o alívio de quem
diz o que quer, como quer e quando quer, sem medir consequências. Tempo
estranho, este, em que todos sabem do que falam!... Saberão?!...
“Casa onde não há pão todos ralham e ninguém
tem razão”, lembra-nos a vox populi,
sempre atual. Ultimamente, do nada brotou
um descontentamento descontente, inexplicável,
doentio, irritante, com afetações negativas no comportamento de muitos. Lamentavelmente,
despreza-se, agora, o que durante muito tempo da vida foi verdadeiramente
essencial. Outras prioridades ou preferências se afirmaram no painel indicativo
dos objetivos pessoais. Pena que a sua concretização conduza, inevitavelmente, a um outro mundo. Que já está por aí...
Observador e
ouvidor, o Alemão percebe a inquieta movimentação
do mundo que chama “seu” e de que tanto se orgulhou através
dos anos da sua já longa vida. Vê, ouve e cala. Não porque tenha perdido a voz,
não. Mas porque aprendeu que, como dizia um sábio popular do século passado, “em boca que cala não entra mosquito”. E há tempos em que, perante os sabe-tudo da vida, o silêncio é a melhor
atitude.
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