quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019







HISTÓRIA Nº. 43



Ver, ouvir e calar…



Que desilusão! O mundo do Alemão transformado num imenso parlatório, confuso, sem regras. Que grande algazarra!  Todos falam, simultaneamente. Ninguém ouve ninguém. Palavras e mais palavras. Com peso, mas não previamente pesadas. O importante é falar. O outro – sobra sempre um ouvidor! -, é simplesmente… o outro. Que ouve e cala. Que sofre. O importante, pelo visto, é o alívio de quem diz o que quer, como quer e quando quer, sem medir consequências. Tempo estranho, este, em que todos sabem do que falam!... Saberão?!...


“Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”, lembra-nos a vox populi, sempre atual. Ultimamente, do nada brotou um descontentamento descontente, inexplicável, doentio, irritante, com afetações negativas no comportamento de muitos. Lamentavelmente, despreza-se, agora, o que durante muito tempo da vida foi verdadeiramente essencial. Outras prioridades ou preferências se afirmaram no painel indicativo dos objetivos pessoais. Pena que a sua concretização conduza, inevitavelmente, a um outro mundo. Que já está por aí...


Observador e ouvidor, o Alemão percebe a inquieta movimentação do mundo que chama “seu” e de que tanto se orgulhou através dos anos da sua já longa vida. Vê, ouve e cala. Não porque tenha perdido a voz, não. Mas porque aprendeu que, como dizia um sábio popular do século passado, “em boca que cala não entra mosquito”.  E há tempos em que, perante os sabe-tudo da vida, o silêncio é a melhor atitude.








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