segunda-feira, 28 de janeiro de 2019





HISTÓRIA Nº. 42



O fim antes do fim…



Janeiro, segunda-feira, 10 horas. Nem chuva nem sol. A breve saída para o costumado cimbalino da manhã. Um olhar sobre o movimento na rua. A mesma gente. O regresso a casa, sem um único “bom-dia”. E tanto para fazer, ainda! Mais um dia triste…


Os caminhos labirínticos da vida fizeram-no perder muito tempo. Desgastaram-no precocemente os constantes avanços e recuos em busca de saídas que, felizmente, com maior ou menor dificuldade, sempre encontrou. Mas teria dado muito jeito um caminho mais linear. Menos cansativo, pelo menos.


Percebe, porém, que, à frente, se perfilam novos desafios, com cara de serem mais difíceis do que os que já levou de vencida. A perspetiva é a de entrar em um outro labirinto que dificilmente cumprirá… “Lugar aos novos”, já se vai ouvindo, “e que sejam muito felizes”, deseja-lhes o Alemão. Por isso, talvez seja tempo de parar. Decisão que muitos louvam no seu semelhante mais idoso, quando este começa a revelar dificuldades. Chamam-lhe dignidade. Mas não sabem nem querem saber que esse é um dos momentos mais contundentes e demolidores da existência humana. O fim antes do fim….


O desaparecimento de referências humanas e não só empobreceram o mundo. Vivem-se tempos de enorme confusão, acha o Alemão. Quem ama, na ânsia de querer recuperar o que se vai perdendo, ou já se perdeu, nem sempre se socorre das melhores armas. Por vezes, promove o aumento da perturbação. Reordenar a vida em sociedade é tarefa gigantesca, para não dizer impossível. Que pena que o que já foi bonito não tenha lugar numa qualquer galeria de boas recordações. Talvez ajudasse um pouco no futuro. A História, a nossa, vai-se perdendo sem sequer merecer uma lágrima de saudade.


Despertemos, amigos.





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