HISTÓRIA Nº. 42
O fim antes do fim…
Janeiro,
segunda-feira, 10 horas. Nem chuva nem sol. A breve saída para o costumado cimbalino da manhã. Um olhar sobre o
movimento na rua. A mesma gente. O regresso a casa, sem um único “bom-dia”. E tanto para fazer, ainda!
Mais um dia triste…
Os caminhos
labirínticos da vida fizeram-no perder muito tempo. Desgastaram-no precocemente
os constantes avanços e recuos em busca de saídas que, felizmente, com maior ou
menor dificuldade, sempre encontrou. Mas teria dado muito jeito um caminho mais
linear. Menos cansativo, pelo menos.
Percebe, porém,
que, à frente, se perfilam novos desafios, com cara de serem mais difíceis do
que os que já levou de vencida. A perspetiva é a de entrar em um outro
labirinto que dificilmente cumprirá… “Lugar
aos novos”, já se vai ouvindo, “e que
sejam muito felizes”, deseja-lhes o Alemão.
Por isso, talvez seja tempo de parar.
Decisão que muitos louvam no seu semelhante mais idoso, quando este começa a
revelar dificuldades. Chamam-lhe dignidade.
Mas não sabem nem querem saber que esse é um dos momentos mais contundentes e
demolidores da existência humana. O fim
antes do fim….
O
desaparecimento de referências humanas e não só empobreceram o mundo. Vivem-se
tempos de enorme confusão, acha o Alemão.
Quem ama, na ânsia de querer recuperar o que se vai perdendo, ou já se perdeu,
nem sempre se socorre das melhores armas. Por vezes, promove o aumento da
perturbação. Reordenar a vida em sociedade é tarefa gigantesca, para não dizer
impossível. Que pena que o que já foi bonito não tenha lugar numa qualquer
galeria de boas recordações. Talvez ajudasse um pouco no futuro. A História, a nossa, vai-se perdendo sem sequer
merecer uma lágrima de saudade.
Despertemos,
amigos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.