terça-feira, 17 de setembro de 2024



HISTÓRIA Nº. 125

 

E Deus, onde fica no meio de tudo isto?...

 

“Poucos são os que têm privacidade para ficar tristes. Neste mundo de vigília e patrulha constantes, é um luxo poder sofrer sem ter ninguém nos observando.”

- Martha Medeiros

 

Ultimamente, com frequência se ouvem desabafos: “está tudo doido!” Reação a comportamentos humanos que, nesta altura da vida, deveriam estar já erradicados. Um perverso levantamento de poderes, que o Alemão receava pela perda de valores e princípios tantas vezes aflorados nos seus textos, provocou e alimenta uma agitação na maioria das pessoas que ninguém se atreve a adiantar por quanto tempo durará. Irritação descontrolada e duradoura. Tantos sentimentos de natureza antagónica foram desavisadamente despertados nestes últimos tempos. Convivência estranha, atípica até, tendo em conta a vincada diferença da natureza de cada um deles, uniram as suas forças numa aliança de cedências entre si até há pouco impensável. Quem lê, entenda! A visão atual do mundo é muito preocupante. Diversas frentes de combate… e cada vez menos gente para as enfrentar. Resultando, ainda que em diferentes níveis (famílias, povos, mundo em geral…), em fomes, pestes e guerras. O Alemão arrisca, ainda, uma pergunta para si pertinente: e Deus, onde fica no meio de tudo isto?...

 

O Alemão tem uma “maneira romântica de ficar triste”, na definição que Mário Quintana deu ao estado de “melancolia”. Olham-no e especulam acerca da tristeza profunda em si instalada e que, sem o querer, deixa transparecer, embora sem perder o sorriso que desde criança mantem. Olha para o muito que se perdeu e desconfia que muito se perderá ainda! É que, “está tudo doido!”, também faz parte das suas conclusões, numa altura em que as forças começam a ser insuficientes. Todavia, uma réstia de esperança persiste:” Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” – Salmo 40.

 

O Alemão sabe que alguns dos seus amigos consideram a solidão que cultiva e a tristeza que aceita como companhia males que deveria eliminar com brevidade, pois “a vida é como um conto ligeiro” - (Salmo 90) e já não haverá muito daquele texto para ler.

 

Amigos, já é tarde para mudar!... “Trago tristezas particulares, tão minhas que só na solidão posso senti-las. Acho que todo mundo tem aquela tristeza só sua; às vezes somos egoístas até com a nossa dor” - Caio Augusto Leite.   




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