HISTÓRIA Nº. 125
E Deus, onde fica no meio de tudo isto?...
“Poucos
são os que têm privacidade para ficar tristes. Neste mundo de vigília e
patrulha constantes, é um luxo poder sofrer sem ter ninguém nos observando.”
- Martha
Medeiros
Ultimamente, com frequência se ouvem
desabafos: “está tudo doido!” Reação a comportamentos humanos
que, nesta altura da vida, deveriam estar já erradicados. Um perverso
levantamento de poderes, que o Alemão receava pela perda de valores e
princípios tantas vezes aflorados nos seus textos, provocou e alimenta uma
agitação na maioria das pessoas que ninguém se atreve a adiantar por quanto
tempo durará. Irritação descontrolada e duradoura. Tantos sentimentos de
natureza antagónica foram desavisadamente despertados nestes últimos
tempos. Convivência estranha, atípica até, tendo em conta a vincada diferença
da natureza de cada um deles, uniram as suas forças numa aliança de cedências
entre si até há pouco impensável. Quem lê, entenda! A visão atual do
mundo é muito preocupante. Diversas frentes de combate… e cada vez menos gente para as
enfrentar. Resultando, ainda que em diferentes níveis (famílias, povos,
mundo em geral…), em fomes, pestes e guerras. O Alemão arrisca,
ainda, uma pergunta para si pertinente: e Deus, onde fica no meio de tudo
isto?...
O Alemão tem uma “maneira
romântica de ficar triste”, na definição que Mário Quintana deu ao estado
de “melancolia”. Olham-no e especulam acerca da tristeza profunda em si
instalada e que, sem o querer, deixa transparecer, embora sem perder o sorriso
que desde criança mantem. Olha para o muito que se perdeu e desconfia que muito
se perderá ainda! É que, “está tudo doido!”, também faz parte das suas
conclusões, numa altura em que as forças começam a ser insuficientes.
Todavia, uma réstia de esperança persiste:” Esperei com paciência no Senhor,
e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” – Salmo 40.
O Alemão sabe que alguns dos
seus amigos consideram a solidão que cultiva e a tristeza que aceita como
companhia males que deveria eliminar com brevidade, pois “a vida é como um
conto ligeiro” - (Salmo 90) e já não haverá muito daquele texto para ler.
Amigos, já é tarde para mudar!... “Trago tristezas particulares, tão minhas que só na solidão posso senti-las. Acho que todo mundo tem aquela tristeza só sua; às vezes somos egoístas até com a nossa dor” - Caio Augusto Leite.
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