HISTÓRIA Nº. 124
A Banda do Avô…
“Não é tristeza, apenas cansaço.
Afinal, são tantas as batalhas.
Não é falta de fé, é compasso de
espera,
Para que aquilo em que tanto se
acredita se realize.
Não é medo, é resguardo, cuidado.
Resguardo para se dispor em momentos
de menos turbulência.
Não é solidão, é opção, não querer
trazer ninguém para o meio do
seu “eu em confusão”.
Não é tempo perdido, é momento de
reconstrução.
Porque tudo isso vai passar…
Porque de repente você volta em paz,
inteiro e mais leve.
Que seja breve…”
- Jorge Luiz de Alencar Soares
“Não é tristeza, apenas cansaço”. Subtil nuance poética em missão
atenuadora do sofrimento causado por um dos sentimentos mais frequentes do
nosso tempo. Esforço inglório, porém: é que a tristeza dói, mas o cansaço
também dói, dói sim, e muito!...
O cansaço chegou com a idade,
inevitavelmente. As forças se foram e, agora que tão necessárias seriam,
já não existem. A consciência dessa incapacidade traz a dor provocada
pela decorrência da inutilidade. Acresce a dor da quase resignação
para que o encaminham alguns dos impacientes desta vida, ainda que
gentilmente sugerida: hora de viver os netos, seis lindas criaturas de Deus
que o Alemão ama profundamente…
E como dói o olhar para a vida nestes
dias! Impossível ficar indiferente perante o estado de degradação a que o mundo
chegou, embora haja quem considere que nunca se evoluiu tanto como nestes
últimos anos… Em que sentido? Qual o preço? Ver seriamente atingidos por
desvalorização e desprezo princípios e valores que sempre defendeu e difundiu com
a sua frágil voz através dos tempos, provoca em si uma dor profundíssima
que nenhum analgésico acalma. Infelizmente, muitos dormem, ignorando o
aviso divino: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” - Mateus, 26.
O Alemão faz suas as palavras
que respeitosamente transcreve: “Sim, não foi fácil, caí e perdi, mas também
venci. Venci o sono e o cansaço, venci o medo e a desilusão, venci a frustração
e as críticas, venci a mim mesmo. Já pensei em desistir, mas continuei. Já
pensei em abandonar, mas fiquei. Já cansei, mas continuei. Perder também é uma
vitória. Por isso, nunca julgue alguém pelo brilho das medalhas, pelas
cicatrizes da vitória, pela estante de troféus, pois você não faz ideia de
quantas vezes ele já perdeu para conseguir vencer” - Wilton Lazarot
Já agora, só para terminar, “também temos saudade do que não existiu, e dói bastante.”
Carlos Drummond de Andrade.