HISTÓRIA Nº. 2
Cidade de Braga,
fim de tarde, num bairro social, pequeno espaço, mais de 30 graus de
temperatura ambiente. Berta,
invisual, mulher de meia-idade em corpo de menina, muito sofrida, percebia-se.
Chorava de tão revoltada pela partida que a vida lhe pregou, pensava eu.
Esperava no corredor do pequeno salão-igreja pela sua vez de participar na
Santa Ceia, apoiada num ombro amigo e acariciada por mãos carinhosas de quem a
conduzia. Participou em lágrimas. Depois, voltou ao seu lugar, calmamente.
No fim,
despedi-me de Berta com as minhas
melhores palavras, de ocasião: “Deus
enxugue essas lágrimas de tristeza, confortando-a com o que deseja”. “Mas não chorava de tristeza”, disse-me
quase em modo de repreensão, “manifestava
sim a minha alegria por Deus me permitir participar mais uma vez, neste ano, de
tão maravilhoso Serviço. E como me
senti feliz por tão maravilhosa dádiva!” O meu rosto não terá escondido a expressão
da vergonha que senti, mas que ela não viu. Depositei-lhe na face o meu carinhoso beijo.
Com enorme admiração.
Deu-me que
pensar… Bem-haja, minha amiga Berta!
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