HISTÓRIA Nº.
50
Assim Deus o
ajude!...
Por onde anda o
Alemão, que ninguém o vê? Pergunta-se por aí insistentemente. A verdade é que, nesta
sua ausência, nunca esteve tão presente…. Acreditem.
Cinquenta fanecas morderam o anzol
desde 2017. Cozinhou-as e serviu-as carinhosamente. Bem passadas, malpassadas,
alimentou-se com contos e desabafos escritos que doutra forma dificilmente tornaria
públicos. Mas, de há uns tempos a esta parte, o mar deixou de estar para
peixe… Quem sabe se num destes dias um novo cardume passará por perto, nos
baixios deste mar em que se encontra mais ou menos atolado. O Alemão
não desaproveitará a oportunidade, promete.
O Alemão tem
andado por aí a fechar caminhos velhos da sua vida, inúteis, intransitáveis. Para abrir
caminhos novos? Não, não. Há muito percebeu ser esse trabalho uma perda de
tempo. Já não vale a pena. Por diversas razões, dececionantes razões. Mantém
abertos apenas os que lhe são suficientes para o resto da viagem. Assim Deus o
ajude!...
Aquela
trabalhosa e delicada tarefa tirou-lhe tempo e, garantidamente, diminuiu-lhe o
já pouco engenho e a arte nesta coisa de escrever para si mesmo e que outros,
gentilmente, sobretudo amigos, foram lendo. Reconhece que o descanso que já há
alguns anos não prescreve a si mesmo lhe é agora imposto pela própria
vida. Ninguém é de ferro. Afinal todos merecem parar um pouco. “Vá descansar
uns dias”, recomendaram-lhe ultimamente alguns amigos, de forma
insistente. O Alemão sempre sorriu
perante tão bondosa sugestão. E recorda a expressão de um bom amigo que já não
está por cá: “alguém tem que trabalhar!”
O Alemão
voltará, assim Deus o ajude.