HISTÓRIA Nº. 28
A realidade confirma a perspetiva…
O caminho da
vida vai ficando cada vez mais estreito. O tempo passa. Sempre foi assim… e
sempre assim será. Destino inexorável,
no dizer de um bom amigo e homem de Deus já há muito desaparecido. A realidade
confirma a perspetiva. E porque a largura diminui são cada vez menos os
viandantes caminhando lado a lado. A entreajuda desvanece-se. Quanto mais se
avança, menos companhias... menos companheiros. O funil aperta. A solidão à
espera. De todos!...
As transformações
na sociedade são notórias. Os tempos atuais certificam que um novo estilo de
vida veio para ficar. Indiscutível e imparável. Goste-se ou não. O Alemão compreende, mas não deixa de
viver preocupado e triste com o que vê (ou não vê!...). Só não opina por
entender que não vale a pena. Seria mais uma voz a clamar no deserto. Em vão. O
que escreve são meros desabafos. No limite, e
quanto ao seu mundo, são dores de alma, mágoas exacerbadas, gritos de
impotência. Relatos do que observa do alto do seu posto de observação onde subiu. E por lá ficou…
Há dias, poucos,
numa das grandes cidades do nosso País, no fim de tarde de uma sexta-feira, a uma
distância segura, o Alemão apreciava
o movimento quase assustador das multidões. Circulação nervosa, rua abaixo-rua
acima, smartphones numa mão, pequenas
malas de viagem puxadas pela outra (mais
o irritável som-gemido das rodinhas…). Que confusão! Mais, riscos de
atropelamento. Mundo completamente
distraído e egoisticamente separado do que é essencial na relação entre os
homens. Na mesma altura, em outras zonas dessa mesma cidade, o Alemão sabia da existência de discussões
e mais discussões que, como em tantos outros momentos, não levariam, como não
levaram, a nada. Preocupações, sinceras ou não, que os nossos antepassados classificariam
de “muita parra e pouca uva”. Coitado
de quem precisa!...
Mundo em
transformação. Gente e mais gente em movimento. Mas, perdoem o desabafo do Alemão: nunca tantos foram (têm sido) tão
poucos!...